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Há vários anos, o conceito de live estava intimamente ligado a uma presença física – a ver e a sentir – e o que nos distanciava da realidade era somente a linha que se delineava entre a cadeira onde estaríamos sentados e o palco. Atualmente, quando falamos em lives, pensamos numa experiência instantânea, em tempo real, mas não obrigatoriamente física.

Conta a história que tudo começou na televisão, com as transmissões live. Inexistia uma convicção consolidada da possibilidade de superar o que seriam os limites impostos pelo tempo e pelo espaço, contudo as transmissões em direto vieram mostrar que não era bem assim. Seguiram-se anos de um intenso progresso tecnológico que fez com que o mercado digital e as marcas se apercebessem do enorme potencial dos lives. Da Google surgiu o YouTube Live; da Amazon o Twitch; do Facebook o Facebook Live; do Instagram as Live Stories; do Twitter o Twitter Live, entre outros. Se pretende saber mais, clique aqui.

Alguns dos pontos chave que se revelam centrais para o sucesso dos lives nas redes sociais são o imediatismo, que como dita a natureza do próprio nome, é algo live, é real, é no momento. Por outro lado, a aparência de autenticidade, que surge da ausência de controlo do presente, mas mais ainda da relativa espontaneidade e intimidade da própria experiência. E por fim, a sensação que o público tem de estar envolvido numa experiência partilhada com milhares de pessoas, muitas desconhecidas.

Claro está que para lá destas ideias, o maior interesse destas plataformas são as interações do público, em concreto, os seus dados. No fundo, surge a ideia de que está a ser-nos concedido acesso a um determinado produto/conteúdo de forma natural e sem intervenções exteriores, contudo este processo é apenas um meio para atingir um fim. Degrada-se o meio perante a justificação de se estar a oferecer uma experiência partilhada e salienta-se, em simultâneo, o facto de as pessoas poderem ter acesso ao que é importante para as próprias, de modo individual, nas suas redes.

Na linha do que referiu há uns anos Mark Zuckerberg, estamos numa fase de “a privacy-focused vision for social networking”, em que se pretende ocupar o espaço individual de cada um. E parece ser precisamente nesta fase que o live assume um papel decisivo – surgindo como uma opção viável para conectar pessoas e deixá-las fazer parte daquilo que é relevante para si mesmas, de modo instantâneo.

Consegue-se deste modo alcançar uma experiência de facto única, e, por isso mesmo, autêntica e próxima de cada um individualmente. O acesso direto a festivais de música, teatros, treinos físicos, workshops, e outros eventos em tempo real faz-nos sentir presentes, com tudo o que isso tem de fantástico.

Em contexto de pandemia parece não existir qualquer dúvida de que é tentador e atraente a existência de um live seja de que natureza for, à disposição de todo e qualquer público, a servir os interesses que cada um desejar e a responder à exigência do distanciamento social físico.

Contudo, creio que não haverá forma de fazer cessar aquele que parece ser um fenómeno tão singular – que não olha a idades, capacidade económica, raça, sexo, religião, orientação e que, por isso, acolhe de facto todos – sem exceção.

Os lives vieram para ficar.

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