“Not all text is poetry, and not all graphics are art.” (Meyer, 1997)
Atualmente, qualquer ser humano é bombardeado diariamente com informação através dos mais diversos canais, muitas vezes consumindo-as sem se aperceber. Apesar de tomadas como garantidas, todas estas informações são cuidadosamente projetadas para o público e procuram cumprir as funções que lhes foram incumbidas, comunicando uma mensagem e um significado para o leitor. Tudo o que envolve a transmissão de informação de forma visual, é realizada por designers gráficos, sendo que os mesmos utilizam os métodos estudados pelo design de informação. Saiba mais em: https://infoportugal.pt/2019/11/22/visualizacao-da-informacao/
A comunicação visual existe há muitos anos, sendo possível encontrar vestígios das suas bases desde a pré-história, onde os primeiros desenhos e pictogramas deram origem aos primeiros alfabetos e grafismos visuais. Antes da escrita fonética, ideias e conceitos eram representados através de desenhos que com o tempo se tornaram pictogramas, aparecendo então a escrita pictográfica e a cuneiforme. Estes símbolos utilizados foram posteriormente associados a sons, sendo que mais tarde deram origem às letras. Podemos encontrar também precursores de gráficos de informação no Antigo Egito, onde palavras sumérias e imagens eram fundidas para criar hieróglifos.
Durante séculos, os grafismos visuais tiveram um papel fundamental na comunicação visual, tendo cruzado muitas vezes o seu caminho com a escrita. Todavia, com a evolução dos sistemas de comunicação, evolução da imprensa, introdução do computador pessoal, entre outros, toda a comunicação visual que excedesse a escrita, passou apenas a ser feita apenas por artistas, tornando estes elementos gráficos frívolos perante o olhar comum. Contudo, estes artistas, e mais tarde os designers gráficos, mostraram como a utilização de grafismos poderia ser mais eficiente que a escrita.
Design Gráfico – A mãe do design de informação
O termo design gráfico apareceu apenas no século XX, e distinguiu-se da arte dado o seu lado funcional, além do estético. Um produto resultante do mesmo tem de atender ao cliente, considerar as exigências do público e adaptar-se às formas de produção, ao mesmo tempo que apresenta preferências estéticas do autor.
O design gráfico, superficialmente, pode ser descrito como um arranjo gráfico dos diferentes elementos – imagens e palavras. No entanto, mais do que meras representações gráficas, o design gráfico é uma linguagem e existe para exprimir ideias. Desde criar uma estratégia, transmitir sensações, influenciar decisões, a orientar pessoas. Tem um dever moral, podendo ser utilizado para causas sociais e para despertar a responsabilidade social, refletindo os valores, crenças e necessidades da era em que está inserido. É essencial um designer estar constantemente atualizado, adaptando uma marca ou um produto a novas culturas e vanguardas.
Um dos ramos do design gráfico é o design de informação, o qual estuda especificamente a informação que é necessária transmitir e procura tratá-la de forma a facilitar o seu entendimento e leitura, seja qual for o seu formato. Esta organização de informação é feita de forma hierárquica, e o conteúdo, para cumprir a sua função tem que ser apelativo ao leitor. O design de informação pode ter diversos objetivos, como avisar, ensinar, explicar, entreter ou orientar o leitor. O designer pode tirar partido da tipografia, paleta cromática, imagem, posicionamento, escalas, som, luz, texturas, materiais, entre outros.
Sem o design de informação, diversos aspetos da vida quotidiana complicar-se-iam. Um simples percurso de autocarro tornar-se-ia bastante difícil de realizar; para o passageiro, saber qual o autocarro, onde o apanhar e compreender o seu horário seria um trabalho árduo, assim como para o condutor do veículo seria difícil orientar-se sem o sistema de sinalização rodoviária. O design de informação tem então a capacidade de comunicar informação complexa de forma simples, rápida e de fácil compreensão.
Graças ao design de informação, existem vários sistemas que servem de diretrizes para a vida diária nos mais diversos ambientes, produtos e situações, como símbolos de aviso e códigos de cores. Estes sistemas, quando corretamente executados, podem transmitir as informações, instruções e dados, para diversas pessoas de diferentes nacionalidades e culturas.
Escrito por: Marta D’Andrade