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Para aumentar a criatividade?

Cria actividade.

Soou-te bem? Soou-te criativo? Achas uma boa maneira de começar um artigo?

Acho o suficiente, parece-me. Senão talvez esteja na hora de ser despedido e esta seja uma maneira (criativa?) de assinar a minha sentença.

O que pretendo dizer com “cria actividade” é que a melhor maneira de seres criativo é seres activo. Atenção: não confundir ser activo com estar vivo. Há por aí muitos deambulantes bem vivos mas adormecidos, inactivos, inertes e ébrios de rotina, que caminham de um lado para o outro em piloto automático.

A melhor parte de ser um criativo é que o teu trabalho não é mais do que um declinar do teu dia-a-dia. Já por esse teu mundo te ias perder pelo que mais vale seres pago para o fazer. E quanto mais te pagarem, melhor. (É que ninguém percebe muito bem como funciona esta história dos trabalhos meio subjectivos, pelo que aqui podes ser tudo – desde um génio notoriamente explorado a um idiota estupidamente bem renumerado. Se não estás certo de qual serás, o mais provável é seres um idiota – e o mais certo é seres explorado: bem-vindo ao fantástico mundo da criatividade.)

Ser activo é ir à procura de estímulo. É não querer a rotina, não desejar a zona de conforto e estar farto de jogar pelo seguro. É o amor pelo caos, pelo incerto, pelo que te dizem que não podes ter e que não deves fazer. É a loucura da contemplação, o ultraje da invasão e a tão chamada (e amada) falta de noção.

É a melhor parte da vida e aquela a que menos gente chega. Portanto pondera bem se é isto que queres antes de ponderares aumentar a tua criatividade. Uma vez que a tenhas em grande dimensão, torna-se num farto pesado de carregar.

 

Como ser, então, mais Criativo?

Se disto estás certo, começa então a mandar-te para os programas que nunca esperaste fazer. Começa a receber estímulos que não podes compreender. Faz por ser chamado de louco e nunca te contentes com pouco.
Parte à procura de vida e lembra-te de aproveitar a tua viagem – é uma ida sem volta que ninguém sabe onde vai dar.

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